sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Não é momento de pensar em falha,
Amar não é batalha, não quero ser troféu nem medalha.
Não é momento de pensar em nada,
Nem em carma, nem em arma nem em estrada.
É momento de ficar calada, perdoar o que não é meu, subir a escada.
É momento de voltar pra dentro, jogar fora o que estava ali criando entulho. Não é hora. É segundo, é tudo. Policiar os pensamentos que te façam se sentir no escuro...
Não imaginar no embrulho, o que importa é o conteúdo e não vou mentir para parecer feliz.
Não é hora de fechar a cicatriz. Não é momento de sorrir e dizer que tudo bem, mas sim de dar adeus e agradecer pelo que sucedeu. É momento de você ser seu.
De eu ser eu mesma, triste, enferma. Hora de dar o que se tem. Esvaziar a bagagem para o próximo trem. Estranho quando olho as estrelas, eu mesma, enferma, tentando entendê-las. Logo eu que busquei explicação desde o início, renuncio. Nem os sábios explicam isso. É impulso inexplicável, fonte inesgotável. Não romantizo mais a primavera, aqueço mais que o sol do verão. Vou ser fria como o inverno, gélida. No outono as mascaras cairão. Sem previsão.
Não é a hora.
Que horas são?
Aurora.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Uma dose desse doce

Falar de amor é quase a mesma coisa que falar de loucura. Aquela loucura que se admira. O jeito histérico de olhar quando se está com ciúmes, a respiração rápida e o gemido profundo na hora do orgasmo. O suor escorrendo pelas costas combinado com o arrepio, quem não sente não gosta. Falar de loucura é lembrar que temos a nossa, e a do outro é tão bonita que permite que se possa ultrapassar aquela porta, compreender aquela mente. E se não mente, a loucura é a das boas. Quando fica boba, criam-se palavras novas, volta a energia da pureza infantil, sente o coração a mil. O jeito de se espreguiçar ao acordar; e como mais uns minutos de sono são bem aproveitados a dois. O jeito de falar sobre o depois, a timidez, a lucidez de quem já viu aquele filme e supôs que seria igual, mas não foi... De dentro para fora a gente vai construindo aquele palácio. Não é fácil, quando se trata de dois corações machucados. Mas ajeita seu lado, solidifica esses muros, se não cai aqui, cai aí, labirintos e furos. Tem uns que são tão duros, quase impenetráveis, ali a loucura é ingênua, habita os entraves. Mas nessa loucura que se permite invadir, bem ali, tem um sentimento puro do qual procuro. Não mergulho no seu orgulho. Me misturo com a fluidez do outro, cada dia aprendo pouco. E para falar de amor, falo do louco. Loucura não é prato na parede, nem desequilíbrio emocional. É olhar para o céu estrelado, ver desenhos nas nuvens dos mais improváveis, sorrir com os olhos e dar gargalhadas contaminantes. Contaminadas da mais pura dose de autenticidade. O amor é a loucura de admirar a singularidade. E esse amor somado é plural, concretizado. Pode não ser o imaginado, ou eternizado, mas é fato que é imortal. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Porque sim.

As vezes me da saudade sim,
Daquele seu semblante sereno, enquanto por dentro você caminha pelo próprio labirinto, perturbado e aflito. Saudade de te ver matando cachorro à grito, duvidando de tudo o que eu tinha dito. Questionando o mundo, ao invés de mudar a perspectiva, se passar por calmo, enquanto alimentava expectativa. Sorrindo para não chorar... Quem você queria enganar? Saudade sim. De ver você colocando a culpa em mim. Me passei por maluca, não tive conduta... Mas puxa! Como sou leve e ainda peço desculpa. Saudade de ver você revirando memórias para entender todas as histórias, querendo arrumar seus arquivos, se esquecendo do quanto estava vivo! Saudade do seu temperamento explosivo, um olhar diferente já era nocivo. Saudade do seu tempero no prato, seu jeito bem chato, malandro, safado, contigo no quarto. Pro mundo tão certo, no íntimo encoberto, o corpo coberto. Saudade sim. De quando você tá sempre certo. De ter você aqui perto de mim.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Labmundo.


Nos perdemos nesse labirinto... Menos sinto.
Sinto muito, esse não era o intuito... Mas não foi mútuo. Você confuso enquanto lia Confúcio, eu me encaixando num cubículo para estar em sua companhia. Quem diria que isso fosse mudar um dia!
Juntos estaríamos se soubéssemos que não se pode supor. Uso duas vezes o 'se' em uma frase, para me descompor. Decompor um sentimento tão bonito não é matá-lo, mas reciclá-lo, tenho dito.
Nesse labirinto abri inúmeras portas para achar-te, lindo... Segui meus instintos selvagens, mas minha intuição não. Achei bonito o sacrifício em meu coração.
Querer união já foi crime... quantas vezes implorei entregando o creme por uma massagem... por mais sacanagem e por seguir na viagem?
Mal sabia (que ironia) que as rotas seriam outras, que os vales seriam pela solidão... de juntar de novo os pedaços do coração. Em cada cidade um sermão, em cada casa uma lição...
Mais uma estrada, em contramão... você chega, eu saio. Você levanta, eu caio. Eu, mantra, você ensaio. Você canta, eu balaio. Badalo na manguaça porque sei que isso passa... e que desgraça! Não sofro mais pelo coração... porque sei que o amor ultrapassa.
Dimensão de tempo-espaço. Me refaço com o que traço.
Engraçado! Poderíamos ser uma crônica em estilo Ruben Braga, fraga? Poderíamos ser uma trilogia ou uma saga. Mas somos bregas, pessoas amargas. Indesejadas uma pela outra e com sede por mais uma adaga.
Ai, que magoa que nada! Somos dessas poesias que se faz na calçada... somos fita embolada, repente e cordel. Somos almas penadas, penosas num papel. Somos tinta e caneta, silêncio e treta. Somos grito no labirinto. Lábios e lírios e lógicos martírios e mágica e mito. Somos conflito.
Melhor ler Confúcio, tenho dito.
Melhor seguir em frente... ou esse conto fica descontente. Estou no ponto à espera do trem.
Meu bem, parece belo, esse sentimento singelo, mas bati o martelo, só quero o que me tem.
Se não fica chato, nos vemos no mato... daqui a pouco saio desse labirinto pacato...
e deixamos de ser o drink barato, deixamos de lado o fato de sermos...
Gato e rato.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Mais uma epifania

Mais uma epifania. 
Menos reclamação.
Mais voz, menos língua. 
Menos grito, mais razão.
Pensamento é ação. 
Lua nova também míngua,
Minha vida te aproxima...
Qual a próxima estação? 
Mais união e menos religião.
Menos dedos, mais mãos...
Mais brinquedos, menos armas
E para os karmas: solução.
Mais alaya, menos ego.
Mais carinho, menos dengo
Mais meditação, menos templos
Menos aparências, mais coração.
Reais aparições?
Menos notas e reais.
Menos dólares, menos dores 
Mais cifras do que cifrões.
Menos desejos, mais emanações,
Menos contexto, mas com texto,
Palavrões.
Menos calão, mais amor.
Menos tabu, jargão, ladrão e louvor.
Menos favor, pavor
menos rojão, mais humor.
Nova lunação, mais contemplação
Menos difamação, mais observação.
Menos excessos e menos levianos
Mais pescadores, jardineiros, menos mundanos
Mais calorosos, menos ociosos
Mais nossos, de todos e do "posso"
No poço do desgosto que melhorem os leprosos
Os decompostos por pensamentos moldados
Que sejam menos guerra e mais soldados
Que vivam pela verdade, acordados
Menos vaidade, mais cuidado.
No criado mudo, tenho criado tudo.
Tudo tenho deixado.
De lado... Ditado
Diz o dado que um dia a gente entende o mundo...

terça-feira, 9 de junho de 2015

Vai, vai, vai...

Quer conhecer o mundo? Vá navegar... As velas desse barco são como a fé, tem que direcionar... Estagnar é retroceder, é preciso desbravar. Ir contra a maré para se encontrar, é hora de zarpar! Quer conhecer o céu? Você pode voar, a questão é não deixar o vento te levar... Tempestades há de enfrentar, mas em algum lugar você vai chegar...
Quer caminhar? Em bosques desfrutar? Flores colher e enfeitar? espinhos você vai encontrar... Mas eles fazem parte da beleza, assim como as águas e suas impurezas, assim como o vento e suas tempestades, assim como tudo o que é de verdade.
Verdadeiro mesmo so o imperfeito, com verdade tudo tem jeito, com vontade tudo é aceito, não é so o esquerdo ou direito. São muitas possibilidades, navegue no mar do impossível-não-existe. Assiste o tempo limpando a saudade... Conquiste o que determinas por partes... Esqueça caras-metades. Mas lembre-se de caras pessoas, carinhos e lagoas... Lembre-se do desfrute e do mute... Mutue... Lute. 
Funções protetoras estão a te acompanhar... Quer conhecer o mundo? Vá navegar!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Serei feliz, bem feliz...

Seja feliz. Pessoas felizes usam neutrox, bebem cerveja no fim de semana e malham a semana inteira porque gostam. Pessoas felizes andam na rua olhando vitrines, gostam de café, mas sem açúcar e sem leite também. Seja feliz e sorria para as pessoas sempre, mesmo que elas não sorriem de volta... Sempre fale de seus filhos lindos e impecáveis e não discuta política. Se poupe dos detalhes, eles são meros e poucos... Por favor, corte o glúten, ele não te faz feliz... Quem é feliz se cuida, não perde tempo falando de futilidades mas adora comentar sobre o casamento da Fernanda Lima... Um dia tentaram me argumentar o que era ser normal: "ah, saber se comportar em qualquer lugar, ter uma rotina de trabalho, estudo, um bom ambiente familiar..." Então, qualquer pessoa que esteja fora desse contexto é anormal. Ops, somos anormais então! Somos seres humanos, com hormônios à flor da pele, poucas papas na língua, libido e espinha. Além da matéria ainda temos carmas, projeções, obsessões e manias. Ah, você não? Que pena... Ou que bom! A felicidade não é um padrão. Sabe aquela menina de óculos que passou por você cantando Sandy alto na rua? Ela é feliz. Por que? Porque ela é livre, você acha que ela está se pre-ocupando com sua risadinha de canto? Ela é linda, um tanto! Sabe aquele menino da sua rua que vive querendo sair de super homem, mesmo pra ir ao mercado? Era você antes de começar a ter vergonha... Começamos a perder a autenticidade e não sou só eu que vejo isso. Parecer da trabalho, ser é tão fácil. A felicidade está em excluir os medos: aprovação está entre eles. Felicidade compartilhada é dizer: amiga, meu cabelo realmente ficou bom com neutrox, experimenta! E não ganhar dinheiro para dizer isso. Achei seis reais na rua esses dias e sai pulando por ai porque tinha um maço de cigarro a mais pra semana... Dei cigarro para todo mundo que pedia! Dinheiro trás felicidade mesmo, mas o melhor é compartilhar... Sabe quando você ajuda alguém (não estou falando do criança esperança, nem organizações específicas... Estou falando daquela ajuda que só você, o beneficiado e o cosmos presenciaram, sem ego) e se sente a melhor pessoa do mundo? Isso é humanismo, compaixão, solidariedade, felicidade! Parece fácil, mas imagina só, um monte de conta para pagar, seus filhos pedindo o ultimo vídeo game lançado e você ainda tem que lidar com as apresentadoras perfeitas de televisão dizendo que você tem que ser feliz. Peraí ne? Ta falando com quem? Ai você chega exausta de um trabalho bosta e vê seus filhos te esperando com um desenho cheio de flores... Ó que é felicidade nesse dia? Simples. Por que camuflamos isso tudo? Viver de verdade dói mesmo... É cara à tapa, julgamento a rodo! (Que cabelo é esse, menina? É o estilo anti-consumo) quem brilha é visto, quem é visto é lembrado, quem é lembrado é julgado... Se você não estiver disposto, ta ai a pílula azul... A matrix se chama "ignorância" e o mundo real se chama "felicidade". Bem vindo ao mundo da pílula vermelha... Parelha!